Harry Crowl 60 anos + 4

Harry Crowl 60 anos + 4

Harry Crowl: 60 anos + 4 na Sala Guiomar Novaes

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Após 4 anos de espera, Harry Crowl apresentou no final de julho de 2022, o álbum digital que foi gravado por ocasião dos seus 60 anos, em 2018. O laçamento foi comemorado por centenas de seus fãns nas redes sociais. No dia 10 de agosto, o Quarteto Boulanger apresenta a obra de Harry - "Folhagens" - na Sala Guiomar Novaes, Rio de Janeiro. Para comemorar os 60 anos + 4 de Harry Crowl, o Catetear Notícias realizou a entrevista que apresentamos. Para ouvir o álbum comemorativo é só acessar o link: www.harrycrowlcd60anos.net

 

Harry Crowl: 60 anos + 4 na Sala Guiomar Novaes

Por Luiz Carlos Prestes Filho

 

Luiz Carlos Prestes Filho: A obra escolhida para apresentação na Sala Guiomar Novaes foi composta quando? Qual o tema da mesma?

Harry Crowl: "Folhagens" é de 2017. É uma contemplação musical da transformação das folhas ao longo das estações do ano, da maneira que são percebidas no sul do Brasil.

Prestes Filho: O que representa para você estar ao lado de Marisa Rezende, Gustav Mahler, Alfred Schnittke e Valéria Bonafé numa mesma apresentação?

Harry Crowl: Um grande honra. Marisa Rezende e Valéria Bonafé são das mais notáveis compositoras brasileiras, pelas quais tenho profunda admiração. Mahler é um ícone da História da Música ocidental. É tanto um prestígio, como uma responsabilidade, ter uma obra executada no mesmo programa. Schnittke, que neste caso, completou a obra de Mahler á sua maneira, é para mim, sempre uma referência de ruptura e liberdade de criação.

Marisa Rezende e Valéria Bonafé são das mais notáveis compositoras brasileiras, pelas quais tenho profunda admiração. 

Prestes Filho: Você acompanha o Quarteto Boulanger? Eles já apresentaram outras obras de sua autoria? Se apresentaram quais e quando?

Harry Crowl: Acompanho Quarteto Boulanger desde a sua criação. Tive o privilégio de ter a minha obra "Prismas" apresentada por elas no seu primeiro concerto, em Belo Horizonte, em 2016. Desde então, tenho mantido um estreito contato com elas, através da violista Flávia Motta, minha amiga e colega desde quando ela atuava na Orquestra de Câmara de Curitiba. Depois da estreia do Quarteto Boulanger, propus escrever uma obra especialmente para o grupo. Assim nasceu "Folhagens". Na sequência, em 2017, surgiu a ideia de gravarmos um LP. Mas, como não conseguimos um patrocínio, gravamos o primeiro CD do Quarteto, que foi inteiramente dedicado às minhas obras. Nele, incluimos o trio de cordas, "Ao fundo, o mar ardente", que juntamente com "Folhagens" e "Prismas" completam o CD. O programa do CD foi apresentado na Capela Santa Maria, com apoio da Fundação Cult ural de Curitiba, cidade na qual foi também gravado, no Estúdio Trilhas Urbanas. Na sequência, o repertório foi apresentado em Belo Horizonte, na Sala Sergio Magnani.

Prestes Filho: Faz sete anos que você não vem ao Rio. Sente saudades do cenário musical da cidade maravilhosa? Quem gostaria de reencontrar? O que gostaria de ouvir?

Harry Crowl: Sem dúvidas. Estive no Rio a última vez durante a XXIa. Bienal de Música Contemporânea, em 2015, para a estreia da minha obra "Elogio da Sombra". Apesar de ter conhecimento de todas as dificuldades enfrentadas pelo meio artístico tanto no Rio, assim como em todo o Brasil, no momento, sinto uma enorme empatia com o meio musical carioca e é sempre um motivo de muita alegria poder voltar. Tenho muitos amigos e certamente não terei tempo de vê-los todos, pois são poucos dias que ficarei. A programação da Sala Cecília Meireles está intensa e com uma grande diversidade de excelentes concertos. Não sei se vou conseguir ouvir mais alguma apresentação. Gostaria de pelo menos estar presente em um dos ensaios da ópera "O Doido e a Morte", do compositor português Alexandre Delgado, que conheci nos anos 1990, em Lisboa, já que não poderei ficar para a estreia, no dia 12-08-2022.

Harry Crowl em recente viagem a Buenos Aires, Argentina, com sua esposa Rosemari Enns Crowl, no Café Tortoni

Tenho muitos amigos e certamente não terei tempo de vê-los todos, pois são poucos dias que ficarei. A programação da Sala Cecília Meireles está intensa e com uma grande diversidade de excelentes concertos. Não sei se vou conseguir ouvir mais alguma apresentação. Gostaria de pelo menos estar presente em um dos ensaios da ópera "O Doido e a Morte", do compositor português Alexandre Delgado, que conheci nos anos 1990, em Lisboa, já que não poderei ficar para a estreia, no dia 12-08-2022.

Prestes Filho: Quais são neste momento seus projetos imediatos?

Harry Crowl: Estou terminando a produção de um Cd e álbum digital com minhas obras para viola e piano e viola solo, com a violista bielorrussa, Darya Filippenko, que deverá ser lançado em novembro, quando ela virá tocar como solista com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, no Concerto para Viola e Orquestra, de Antônio Carlos Cunha. Estou trabalhando com o contrabaixista Wallace Mariano, da Orquestra Filarmônica de MG, na obra "Solilóquio IX" e começando o meu 5o. Quarteto de Cordas "Et in terra pax hominibus", para o Quarteto Berlin-Tokyo.

Luiz Carlos Prestes Filho é roteirista e diretor de filmes documentários