Como anda sua saúde mental?

Como anda sua saúde mental?

Como anda sua saúde mental?

Por Maura Laurindo 

Se antes da pandemia, já sofríamos de várias questões emocionais tais como: ansiedade, depressão e estresse, atualmente esta situação explodiu. Já vínhamos sendo apontados em pesquisas feitas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), desde 2017, como o país com o maior número de ansiosos.

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Mesmo sem diagnóstico oficial de algum transtorno específico, existem os Transtornos Mentais Comuns (TMC), que não têm uma causa específica, mas trazem sofrimento ou incapacitação significativa às pessoas. Afetam seu processo psicológico, biológico ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental, acarretando perda de interesse nas atividades comuns, preocupação excessiva, irritabilidade, dificuldade de concentração ou de memória entre outros e que são acompanhados de diversos sintomas físicos tais como: cansaço, perda da força muscular, palpitações, dores diversas, dificuldade de respirar, sudorese, alteração do sono.

Se você ainda não parou para pensar nisso, pare agora e responda: Como anda a sua saúde mental?

Aliás, você sabe qual é a definição de Saúde?

De acordo com a OMS, “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doença”. Também existe o conceito de saúde mental definido como “um bem-estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade”.

Dito isto, responda, também: Você passa, no momento, por algum sofrimento emocional? Você se enquadraria no perfil de estar gozando de boa saúde?  É! Agora, a resposta não é tão simples, né?!

Caso você perceba que não anda bem emocionalmente, saiba que pode estar alimentando atitudes que pioram seu bem-estar mental. É muito importante saber lidar com as emoções e situações de maneira adaptativa, pois nem sempre podemos nos esquivar dessas circunstâncias. Porém, se organizar para diminuir o impacto sofrido pelas questões rotineiras é possível e pode melhorar sua saúde como um todo. Então entenda como lidar melhor com algumas dessas situações:

Ressignifique o estresse – ao invés de se chatear ou se desesperar, tente encarar de maneira positiva a situação, pois o estresse não é, por definição, somente ruim. O estresse nos faz ficar mais atentos aos estímulos, ajuda a melhorar a própria reação diante de obstáculos, estimula a criatividade pois exige adaptação e novas ideias e faz agir mais rápido para sair de uma situação de risco.

Não seja multitarefas (multitasking) – fazer várias tarefas ao mesmo tempo dá uma ideia de produtividade, mas ao fazer isso, a probabilidade de erros é muito maior (ou de ficar malfeito), perde-se mais tempo nas tarefas, há sobrecarga física e emocional e pode gerar a sensação de incapacidade ao não conseguir concluir todas as tarefas. Tente focar em uma coisa de cada vez, inicie e termine a atividade sempre que possível e só então parta para a próxima.

Evite a procrastinação – procrastinar é adiar tarefas, geralmente por insegurança disfarçada de preguiça ou de alegar ter que fazer muitas coisas. Vai se adiando o que precisa ser feito, por medo de não dar conta ou de achar que não é capaz de executar o que deve ser feito. Evite deixar para depois o que é necessário fazer no momento. Faça um planejamento, divida a tarefa em etapas, mas comece assim que possível. Pensar na importância de concluir cada etapa pode ajudar. Assim como organizar um sistema de recompensas imediatas ao finalizar a tarefa (tirar um intervalo de alguns minutos, ver um episódio da série que você gosta, fazer uma refeição mais elaborada etc.).

Fuja do sedentarismo – ele traz riscos de doenças cardiovasculares – infarto, AVC, pressão alta, diabetes, entre outros males – busque se movimentar, se levante de tempos em tempos, evite deixar tudo próximo a você, vá até a geladeira/bebedouro buscar sua água (evite garrafa e lanches sobre a mesa), faça atividades físicas, coloque seu corpo em movimento. Mesmo que pareça uma atividade mínima, qualquer movimento é melhor que nenhum movimento.

Viva o momento presente– apesar de termos memória e de precisarmos nos planejar para o futuro, a vida acontece no aqui-agora, e entender isso faz você estar mais consciente, mais alerta nas tomadas de decisões, dominando o que realmente é possível, pois o passado já foi e o futuro ainda não veio (e nem sabemos como será). O único lugar que você tem de fato algum controle é no presente, então sinta mais, ouça mais, foque naquilo que acontece no momento, esteja mais presente no presente, do que no passado ou no futuro.



Não se coloque em segundo plano, nem leve tudo para o lado pessoal – no primeiro, nunca estamos no centro do nosso mundo, e no segundo, é como se o universo estivesse contra nós. São indicações de baixa autoestima, então tente entender e aceitar que você é o centro do seu universo, mas apenas do seu. Viva sua vida com menos preocupação de julgamentos, deixe que os outros se virem sem você em certas situações. Foque nas suas qualidades, não se diminua e viva melhor.

Pense mais positivamente – Perceba se você tende a olhar apenas o aspecto negativo das situações. Olhe o todo: só existe a possibilidade de dar errado, ou você que se apegou a isso e acaba só esperando o pior? Pensar positivo e ter esperança é algo bom e você pode começar usando dados de realidade: todas as vezes que achou que ia acontecer o pior, quantas vezes isso realmente aconteceu? E se você achar que pode acontecer algo ruim, indague: o que pode ser feito para que isso não aconteça e ajudar para que o melhor se realize?

Não reprima suas emoções – Todas as emoções são humanas, mesmo as consideradas “negativas”, então é importante olhar para dentro, tentar entender e aceitar o que está sentindo. Se você se sente dessa maneira com frequência, pode estar necessitando olhar de modo mais acolhedor para os seus sentimentos e até mesmo precisando de ajuda profissional. Se for um sentimento, uma emoção que não vai te fazer bem, veja o que pode fazer com ela sem ignorá-la. Tente descrever e nomear o que está sentindo e perceba que tipo de atitude ela desencadeia. Só é possível expressá-la dessa forma? Compreender por qual motivo você as reprime, também ajuda: Por que não posso falar como estou me sentindo, se todos nós temos sentimentos? Entender que você tem sua própria forma de lidar, mas que todos nós lidamos com emoções o tempo inteiro, todos têm conflitos internos. Também ajuda, bastante, observar como os outros vivenciam as suas emoções, isso aumenta a própria percepção e sensibilidade.

Olhar, reconhecer e aceitar as próprias emoções pode te trazer uma sensação profunda de compreensão, aumentar a sua imunidade e melhorar a sua saúde mental.

Maura Laurindo

Psicóloga clínica, Palestrante e Pós-graduanda em Sexualidade Humana

Instagram @psicologa_maura_laurindo