DUDARUA

DUDARUA

DUDARUA

 

Texto de Luiz Carlos Prestes Filho*

  

Dois parceiros que buscam sonoridades, timbres e combinações com instrumentos de madeira, alumínio, pvc, ferro e cerâmica. Nas mãos deles tambores de vários países e continentes. Outros de diferentes regiões do Brasil. Os dois amigos apresentam para o ouvinte instrumentos cordofonicos como o berimbau e o marimbau. Esta é a síntese do álbum musical “Dudarua” de Robertinho Silva e Foguete.

DUDARUA - louvor a percussão brasileira

“Somos da rua, por esta razão, o álbum se chama DUDARUA. Foi na rua que ouvi pela primeira vez o instrumento com molas e placas de metal que expressava um som muito original, nunca antes ouvido. Instrumento, inventado pelo Foguete, que não tinha nome. Fui eu que batizei essa coisa de GERINGONÇA”, conta Robertinho, compositor e interprete, gênio da percussão brasileira, de acordo com a crítica nacional e internacional.

Para o músico e compositor, Foguete, o álbum “Dudarua” foi realizado a partir da prática do Robertinho: “Ouve e toca”. “Aconteceram improvisações como na faixa GINGA FOGUETE, música que abre o álbum. Ela foi feita gravando”, conta o compositor, “o arranjo do Robertinho surgiu com aquela naturalidade que é própria dele, parecia estar lendo uma partitura imaginária.

Foguete e Robertinho Silva

Ao todo são 8 faixas que apresentam a diversidade rítmica nacional, um Brasil ainda pouco conhecido pelos brasileiros. Para o Foguete este trabalho foi importante porque nele os amigos atuam no mesmo nível, não são acompanhantes: “Foi uma experiência especial para mim que sou percussionista étnico, melódico e luthier. Estar ao lado do Robertinho deu visibilidade para minha história de 51 anos na arte. O amigo é um holofote, ilumina tudo e todos ao seu redor.”

Link DUDARUA: https://www.instagram.com/p/CzyfGYSLGdN/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==

Link DUDARUA: https://open.spotify.com/track/1iveKH1OJAFQxiwoSSvget?si=uNZkKV5OSqi88EXsx2pezQ

Link DUDARUA: https://www.youtube.com/channel/UCAjfqLpWgiEG224pIQaYLhw

A gravação aconteceu no estúdio “Casa Com Música”, teve a produção musical e fonográfica realizada por Tuninho Villas. O local dos ensaios transformou-se num verdadeiro laboratório para o desenvolvimento das composições e para os respectivos debates sobre os temas que estavam sendo explorados. Encontro democrático dividido em cinquenta por cento para cada um.

A faixa HAITIANA representa o sonho de uma adolescente sobrevivente de um terremoto. A música de Marimabas com 2 TalkDrums diz ao ouvinte que a solidariedade é necessária. Em FORROZADO sentimos a presença do sertão nordestino. Os instrumentos aqui são apitos, chocalhos, sementes, chifres, bambus, cascas de coco e de jatobá. Todo este material sonoro foi feito de resíduos. As faixas MÃE AFRICA e SUITE PINDORAMA expressam a musicalidade dos nossos afrodescendentes e dos nossos povos originários, que habitavam o Brasil antes da invasão colonial de 1500. Nestas quatro faixas fica evidente a preocupação dos autores com os problemas sociais, sustentabilidade ambiental e a ancestralidade negra e indígena.

*Luiz Carlos Prestes Filho é compositor, diretor de cinema e especialista em Economia da Cultura. Nesta fotografia com o amigo Robertinho Silva.